domingo, 25 de janeiro de 2015

eterno 29

já não escrevia aqui há imenso tempo. mas a verdade é que não podia deixar de o fazer hoje.
escrevo porque hoje fazem 11 anos que Miklos Féher partiu. não quero ser mais uma a recordar só porque sim.
a verdade é que até hoje não acredito que isto aconteceu.
eu estava lá, sentada na bancada do Vitória de Guimarães, mesmo em frente... e até hoje não me sai da mente o teu sorriso e a tua queda. mal te vi cair as lágrimas não pararam mais. sem perceber muito bem o que te estava a acontecer, mas com a certeza que não estavas bem.
ainda me lembro da alegria que senti pelo meu pai me levar a ver o jogo, ia ver-te a ti e ao Simão Sabrosa, os meus dois ídolos. tinha dez anos. lembro-me de estar agarrada ao meu pai a chorar e pedir-lhe para te ajudar, para não te deixar partir, e ele apenas respondia que nada podia fazer.
durante dias não quis acreditar que já não te veria vestido de encarnado, perguntava ao meu pai se os médicos tinham mesmo a certeza que tu não ias voltar. lembro-me de dizer ao meu pai que os médicos estavam enganados porque era impossível tu não estares vivo. naquela altura senti que tinha perdido alguém da minha família, alguém que me era muito próximo e até hoje não consigo superar teres partido.
é impossível não estar triste neste dia. é impossível não te recordar. impossível não esquecer o desespero do Miguel, Tiago, Simão, Argel, Andersson, Hélder, Petit, Fernando Rocha, António Camacho e tantos outros. nunca me senti tão impotente como naquele dia, os teus colegas de equipa não sabiam o que fazer, todos queriam ajudar mas ninguém sabia como o fazer. o petit com um desfibrador na mão, o tiago de joelhos no chão, a chorar e a rezar para que tu voltasses a abrir os olhos. senti que se passaram horas até os médicos chegarem ao campo, até a ambulância chegar e te levar. sinto que talvez, só talvez, uns minutos tivessem feito a diferença. o estádio gritava o teu nome, e eu, com dez anos acreditava que nós, com a nossa força seriamos capazes de te fazer acordar.
mas a verdade é que não conseguimos, a verdade é que partiste, mas ninguém te esquece. és e serás sempre o 29, és e serás sempre o meu ídolo.
a verdade é que gostaria de te escrever algo bonito e com muito significado, mas a verdade é que é complicado escrever sobre ti, sobre este dia. às 19h45, do dia 25 de Janeiro de 2004, estava em sentada na bancada do estádio do Vitória de Guimarães a sorrir porque te estava a ver. e é assim que eu te recordo, com um sorriso nos lábios.
obrigado Miki Féher , és eterno <3


posso não entender o porquê de teres partido cedo demais, mas tenho a certeza que onde quer que estejas continuas a brilhar e a marcar imensos golos. nunca te esquecerei .








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